A Conferência reúne líderes de governos, setor privado e sociedade civil para discutir ações que auxiliem na gestão sustentável da terra
Nesta terça-feira (10), em Riad, na Arábia Saudita, durante a 16ª Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (COP 16 – UNCCD), representantes do setor agropecuário de diferentes países conheceram as ações desenvolvidas pelo governo brasileiro para promover práticas sustentáveis, alinhadas ao cumprimento das metas internacionais de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e do desmatamento.
As estratégias adotadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para combater e prevenir a desertificação, além de promover a conservação do solo e do meio ambiente, foram apresentadas pelo secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI/Mapa), Pedro Neto. Em sua fala, ele destacou os resultados obtidos com o Plano Setorial de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixo Carbono na Agricultura (Plano ABC+), as ações e perspectivas do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistema de Produção Agrícola e Florestal Sustentável (PNCPD), além da iniciativa Floresta + Sustentável, que aborda a recuperação ambiental em propriedades rurais.
“O Brasil vem desenvolvendo sua competência em promover uma agricultura de baixo carbono e sustentável ao longo dos anos. Temos um código florestal forte, um plano setorial para agropecuária de baixo carbono em execução há 14 anos e com grandes resultados alcançados com avanços em desenvolvimento de novas cultivares, adoção de tecnologias e práticas que promovem a saúde do solo, o armazenamento de água e a irrigação sustentável, aumentando a capacidade de adaptação da agricultura e da pecuária brasileira às mudanças climáticas”, afirmou Neto.
O secretário também reiterou o compromisso do Mapa com o enfrentamento das mudanças climáticas e o alinhamento de políticas públicas importantes, especialmente aquelas em discussão nesta COP sobre desertificação, destacando o papel de liderança que o Brasil deve assumir. “Devemos alinhar as questões da desertificação com as mudanças climáticas e criar condições para uma atuação forte e diferenciada na COP 30, em Belém, com foco no acesso ao financiamento climático. Superar a crise climática exige cooperação estratégica entre governos, setor privado e sociedade civil. O Brasil está fazendo sua parte e convida todos a se unirem a esse desafio”, declarou.
Plano ABC+
O Plano ABC+, nos mais de 10 anos de implementação, superou em 152% sua meta de área coberta e em 119% a meta de mitigação de CO₂equivalente, resultando em uma economia de bilhões de dólares. Além disso, o governo brasileiro investiu mais de 6 bilhões de dólares em crédito rural exclusivamente para a adoção das tecnologias do Plano ABC+.
Em sua nova fase, o Plano ABC+ tem metas ainda mais ambiciosas, como a cobertura de 78 milhões de hectares por tecnologias sustentáveis e a mitigação de 1,1 bilhão de toneladas de CO₂ equivalente, sete vezes mais do que na década anterior, até 2030.
PNCPD
O PNCPD foi lançado há um ano para, por meio de sistemas integrados e sustentáveis, aumentar a eficiência produtiva, a preservação ambiental e a segurança alimentar, eliminando a necessidade de novos desmatamentos e atuando na recuperação de cerca de 40 milhões de hectares de áreas com baixo e médio vigor produtivo, até 2030.
Agenda extensa
Na COP 16 – UNCCD, que segue até a próxima sexta-feira (13), a delegação do Mapa participa também de uma série de encontros e negociações com organismos multilaterais como Banco Mundial e FAO, e com entidades de governo e privadas da Arábia Saudita com intuito de estabelecer parcerias que auxiliem na captação de recursos externos e na captação de investidores que buscam evitar o desmatamento e apoiar a produção sustentável.
Participam da delegação do Mapa os assessores do Ministério, Carlos Augustin, Pedro Machado e Vanessa Pereira, o adido agrícola na Arábia Saudita, Adriano Castro e o coordenador-geral de Recuperação de Áreas Degradadas, Rodrigo Almeida.